Depois de pegar todos de surpresa na manhã de segunda-feira (02) quando anunciou a renúncia ao cargo de presidente e também de toda diretoria executiva do Treze, Artur Bolinha falou pela primeira vez sobre a situação na tarde de hoje (04).
A entrevista coletiva convocada pela própria assessoria trezeana deixava um ar de que a carta-renúncia, que ainda não foi entregue ao Conselho Deliberativo, seria oficialmente mostrada e que seriam revelados os motivos da sua saída, mas não foi bem assim que aconteceu.
O ainda mandatário do Galo da Borborema reafirmou que não vai cumprir seu mandato, que iria até meados de maio de 2026, mas recuou e segue no comando do clube até que o Conselho se organize para convocar novas eleições.
– Eu sei que não é o momento, óbvio, do ponto de vista do calendário, da própria responsabilidade, e isso eu sei mais do que todo mundo. Tanto é que, na verdade, a gente comunicou ao Conselho que a diretoria irá renunciar. O Conselho pediu que pudesse a gente aguardar enquanto a diretoria cuida dos trâmites de transição, de convocar novas eleições, exatamente para não deixar o clube à deriva no momento. Mas o Conselho sabe que essa diretoria irá renunciar. A gente vai dar à diretoria do Conselho, a pedido do próprio presidente, o tempo que for necessário para que ele possa fazer e cuidar de todo esse trâmite, mas o desejo, a vontade, o sentido maior que a gente tinha de fazer até o último dia do nosso mandato não existe mais – explicou.
Bolinha explicou a situação que fez com que toda direção tomasse a decisão, e expôs que algumas críticas acima do tom que o grupo vem recebendo, faltando com respeito às suas famílias, foram o estopim para que a nota sobre a renúncia fosse feita no início da semana.
– Faz parte do jogo chamar de incompetente, dizer que você não consegue fazer um time bom, que não sabe contratar, que não conhece de bola, isso entra em um ouvido e sai no outro para mim. Eu tenho 55 anos de idade. Eu tenho recordação do primeiro jogo que eu vi na minha vida foi aqui (no Presidente Vargas) Treze e Santa Cruz do Recife. Eu tinha na época acho que 5, 6 anos de idade. Então, desde esse jogo, o primeiro jogo que eu vi, há 48 anos frequentando o estádio de maneira frequente, eu nunca me recordo, na história do Treze, um presidente ter sido tão execrado quanto a gente tem sido – disse.
Ainda na coletiva, Artur Bolinha comentou que atualmente o Galo possui uma dívida de cerca de R$ 36 milhões (trinta e seis milhões de reais), e que aguarda uma assembleia de credores para reduzir a dívida e, desta forma, ela se tornar um ativo atrativo para seu sucessor.
Equipe @Vozdatorcida